Conseg cobra atitude de diretores e “puxa a orelha” do Conselho Tutelar, após vídeo de adolescentes brigando em de sala de aula viralizar em Bariri

A reunião do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) de Bariri ocorrida nesta terça-feira (27), debateu uma situação preocupante no município: o índice crescente de brigas entre alunos das escolas do município.
Os conflitos, na maioria das vezes filmados com compartilhamento massivo nas redes sociais, acontecem entre adolescentes de ambos os sexos, dentro e fora das escolas, expondo a imagem de menores de idade em situações vexatórias.
O presidente do conselho, Jota Cardoso, afirmou que visitou a Escola Estadual Idalina Vianna Ferro para cobrar providências, após receber, via whatsapp, um vídeo que mostra uma briga de dois jovens no meio da aula.
As imagens, que viralizaram, mostram inicialmente uma discussão verbal entre os alunos com provocações e palavras de baixo calão, os famigerados “palavrões”. Em um dado momento, os investimentos físicos começam quando um deles acerta o outro com socos e empurrões. Os demais alunos observam o conflito rindo e utilizando celulares para filmar, enquanto a professora grita para que eles parem.
Em nota oficial, o Conseg, através do presidente Jota Cardoso e do membro do Conselho de Ética dr. João Vitor Sabbag, disse que “acompanha com muita preocupação a evolução negativa de situações desta natureza em nosso município”. O órgão chama a atenção para de o vídeo mostrar alunos utilizando celulares em sala de aula, algo proibido por lei.
“Ocorrências relacionadas às brigas escolares estão sendo publicizadas por meio de gravações amadoras realizadas pelos celulares dos próprios alunos. Note-se que, recentemente, a utilização de aparelhos celulares restou proibida nos ambientes escolares, circunstância que deve ser melhor fiscalizada pelos diretores de unidades de ensino”.
Na reunião de segunda-feira, quando o assunto foi abordado, os membros do Conseg sugeriram que as escolas municipais e estaduais realizem ações com o próprio conselho, Polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, para realização de ações nas escolas, com o objetivo de conscientizar os estudantes sobre segurança. No ano passado, o Conseg, em parceria com o canil do 13º BAEP, realizou evento na Escola Municipal Prefeito Modesto Masson. O conselho pretende ampliar ações deste tipo a partir do segundo semestre deste ano.
“Sabemos que a desestruturação de famílias e a falta de responsabilidade dos pais e responsáveis recrudesce o respeito de alunos aos professores, colegas e ao próprio ambiente escolar. Ressaltamos que a abordagem multidisciplinar junto às famílias, no âmbito social, além da identificação de possíveis desvios de conduta pelas escolas, é de suma importância para que situações como as vistas recentemente em Bariri sejam evitadas”, completa.
Nossa reportagem entrou em contato com a Escola Idalina com a Diretoria de Ensino de Jaú pedindo um pronunciamento oficial sobre o fato. Não recebemos retorno até o fechamento da edição.
“Puxão de orelha” no Conselho Tutelar
Ainda por meio de nota oficial, o Conseg também mencionou a atuação do Conselho Tutelar de Bariri, já que as ocorrências nas escolas envolvem menores de idade. O órgão lembra que nenhum conselheiro tutelar participa das reuniões mensais do Conseg, embora sejam convidados.
“Sentimos falta de um Conselho Tutelar mais atuante em nossa cidade, uma vez que as situações de risco que justificam sua intervenção poderiam ser mais precocemente identificadas se houvesse uma atuação mais sistêmica deste importante órgão com nossos jovens. A esse respeito, cumpre ressaltar que há tempos nenhum representante do Conselho Tutelar comparece às reuniões do Conselho Comunitário de Segurança ou outros eventos relacionados à segurança pública. A exemplo, o evento realizado pela Polícia Militar em 07 de maio deste ano, em parceria com a ACIB, quando houve uma palestra relacionada à Segurança Escolar com Oficial PM (Cap. Américo Martins Jr.) especialista no assunto, ocasião em que nenhum dos conselheiros ou seus representantes se fizeram presentes – circunstância que impede uma compreensão mais integrativa em situações complexas que foram objeto do tema abordado”.
Por fim, o órgão cita as escolas cívico-militares como exemplo de disciplina e ressalta que a violência e bullying no ambiente escolar merecem ser abordados de forma contínua e sistematizada, com foco na prevenção, para que episódios como o ocorrido na escola Idalina não sejam repetidos.
“A longo prazo, entendemos que a iniciativa do Governo Paulista em retomar o ensino sob modelo cívico-militar prestigia os valores e objetivos educacionais que constituem parte dos direitos básicos de nossos jovens, projeto prestes a se concretizar em diversas cidades de nossa região. Entendemos que o incremento da atividade delegada pela atual administração, que retomou o convênio em parceria com a Polícia Militar recentemente, pode resultar em melhores índices de prevenção e repressão em casos desta natureza”, finaliza o Conseg.
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