Myrella convoca população para sessão de segunda, em que será votado o relatório da CP: Aline escolhe seguir para fase de oitivas do processo de cassação denunciado por Valentina da Ambulância, enquanto Leandro e Rubinho pedem arquivamento

“Entendo que não existe autoridade maior que o próprio juiz do município e o próprio Ministério Público – e até mesmo o procurador da Câmara que, fez o parecer pelo arquivamento. Na segunda, vai ser colocado em votação, para que se arquive ou se dê continuidade. Gostaria que os vereadores tivessem o bom senso de arquivar esse processo. Quem ganha com a minha cassação e por que querem tanto me cassar? Essa é uma resposta que vamos descobrir ao longo do tempo.” – Vereadora Myrella Soares (União Brasil), via redes sociais.
Em vídeo publicado nas redes sociais nesta quinta-feira (15), a vereadora Myrella Soares (União Brasil), informou sobre o andamento da Comissão Processante (CP) da qual é alvo, que teve como base denúncia de quebra de decoro parlamentar, assinado pela ex-servidora pública Valentina de Fatima João Navarro (Republicanos), popularmente conhecida como “Valentina da Ambulância”.
A Comissão Processante é formada por Leandro Gonzalez (presidente), Aline Prearo (relatora) e Rubens Pereira dos Santos (Membro).
Segundo Myrella, o relatório inicial (parecer inicial) da CP já foi protocolado no Legislativo. Nele, a relatora Aline pede para que a investigação siga para a próxima fase (que são as oitivas das testemunhas). Por outro lado, Leandro e Rubinho se opuseram ao relatório e pediram o arquivamento da denúncia.
O Noticiantes não teve acesso ao relatório, que deve ser lido na íntegra na sessão ordinária da próxima segunda-feira (19), portanto, não há como citar trechos do documento.
“O presidente da comissão (Leandro) e o membro (Rubinho), votaram pelo arquivamento, contra o parecer da relatora (Aline). A relatora quer que continue a denúncia, que se prossigam os trabalhos para que terminem realmente na minha cassação. Não tem embasamento nenhum esse parecer dela, porque esse processo já foi arquivado pelo Ministério Público e pelo juiz. É mais um capítulo dessa novela que não foi eu quem iniciou, mas partiu de uma pessoa que não tem credibilidade nenhuma em fazer uma denúncia desse porte. Infelizmente isso tudo atrasa os trabalhos da câmara e atrasa a vida da população de Bariri”, disse Myrella.
Na representação, Valentina acusa Myrella de ter desempenhado atividades típicas de chefia, direção e assessoramento na Diretoria de Saúde, diz que a vereadora a perseguiu politicamente, além de alegar que Myrella recebeu por horas extras de forma indevida.
Todas as acusações de Valentina contra Myrella foram rejeitadas pelo Ministério Púbico, através do Promotor de Justiça dr. Nelson Aparecido Febraio Junior, e também rejeitadas pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, através do juiz dr. João Pedro Vieira Dos Santos, que acompanhou o MP e ordenou o arquivamento da denúncia.
Mesmo com o Judiciário a seu favor, Myrella não obteve a mesma sorte no Legislativo. A Comissão Processante que pode cassar seu mandato foi aberta com votos favoráveis de Ricardo Prearo, Aline Prearo, Daniel de Madureira, Roni Romão, Laudenir Leonel e Gilson de Souza Carvalho.
“A gente percebe que as motivações são puramente políticas. A pessoa quer se valer de uma narrativa que não cola, não tem fundamento. Quem puder estar presenta na sessão de segunda, para demonstrar a força da população, mostrar todos aqueles que estão desgostosos com essa situação, independentemente de lado partidário. Existe um esforço geral para que aconteça a minha cassação. A perseguição política é crime em nosso país. Quaisquer atos desse processo que estiverem fora da normalidade, serão evidenciados às autoridades competentes”, alertou Myrella.
A relação conturbada entre Myrella Soares e Valentina da Ambulância se tornou pública na primeira semana de 2025, após um lamentável episódio ocorrido no Soma I, Sede da Diretoria Municipal de Saúde. Na oportunidade, Myrella alega que Valentina, ao ser transferida de setor pela então diretora Ana Paula Falcão, invadiu sua sala e a agrediu com socos e pontapés, além de ter proferido ofensas verbais.
Myrella registrou o caso na Polícia Civil de Bariri e entrou com medida protetiva contra Valentina, que foi acatada pela Justiça. Com isso, Valentina está proibida de se aproximar da vereadora, bem como proibida de frequentar repartições públicas, como a Câmara Municipal. Como consequência da agressão, Valentina Navarro foi demitida por justa causa de seu cargo público na Prefeitura Municipal de Bariri.
O que acontece a seguir?
Caso os vereadores, em sua maioria, optem por acompanhar o relatório de Aline Prearo, a Comissão Processante inicia a fase das oitivas, na qual serão ouvidas testemunhas arroladas pela denunciada e outras pessoas envolvidas.
Depois das oitivas, a defesa de Myrella Soares elabora um documento chamado de “defesa definitiva”. Na sequência, a relatora da CP entrega o relatório final, que pode pedir a continuidade ou o arquivamento. Caso se dê continuidade, o último passo é a Sessão Julgamento, rito de caráter extraordinário, que pode culminar na cassação de Myrella Soares.
Comentários (0)
Comentários do Facebook